Acho importante quando se fala do médium e da mediunidade como algo que acontece na sutilidade das relações humanas e na experimentalidade dos métodos científicos.

O médium, este desconhecido de muitos, ignorado e mal julgado, sofre inúmeras conseqüências pelo fato de possuir relações mais estreitas com aqueles que já partiram para o mundo dos espíritos. Muitos, é verdade, não conseguiram realizar esta “viagem” com a tranqüilidade e a consciência da existência da vida pós-morte e continuam a sofrer, com tal realidade, que se percebem vivos e não são percebidos.

Sabiamente, o mestre lionês Allan Kardec, conseguiu reunir fatos e percepções de fatos num ensaio grandioso da vida espiritual e das relações estabelecidas entre os vivos e os ditos “mortos”. Neste sentido, o papel do médium foi e é de grande importância para a efetivação de tudo o que já conseguimos elaborar até aqui em matéria de espiritismo e de espiritualidade.

No dizer de Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns”: “Toda pessoa que sente, em grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo, é médium”. Esta frase por si só possibilita discussões duradouras no que se refere ao fato e às percepções de fatos espirituais mediúnicos. Também como fala Ademar Arthur Chioro dos Reis, em seu livro “Mecanismos da Mediunidade – Processo de Comunicação Mediúnica”:

“Muito mais que mediação, intermediação, interpretação ou filtragem, como freqüentemente é definida a mediunidade, trata-se de um fenômeno extremamente participativo, cujo mecanismo tem por base um processo que é mental e somático, resultando numa comunicação mente a mente, onde há sempre interpretações de caráter pessoal que, a dois, devem ser fundidas numa idéia única, uma única resposta. A mente está na base de toda a fenomenologia mediúnica”.

As pesquisas, estudos e experiências pessoais realizadas em torno da mediunidade são de capital importância para o desenvolvimento da Doutrina Espírita e para ampliação da consciência humana no que se refere à vida após a morte e suas conseqüências para o espírito. E dentro de toda a complexidade existente nos processos de comunicação mediúnica está o médium. Uma pessoa limitada pela realidade do mundo que a cerca, cheia de conflitos e possibilidades, portadora de uma herança milenar que carrega através dos tempos, buscando um crescimento pessoal, psicológico adequado e, ainda assim, sendo meio e fim daqueles que desejam clarificar a realidade da vida, depois da vida física.

Realmente não é fácil ser médium, nem, muito menos, exercer a mediunidade com a maturidade que o processo exige. Mas todo investimento com vontade e desejo de crescimento pessoal, por parte daquele que se diz médium e que vivencia fenômenos espirituais mediúnicos, é uma forma de criar em torno de si mesmo uma atmosfera de experiências que possibilita uma maior aplicação das suas reais potencialidades de comunicação e de ajustamento psicoespiritual.

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