Toda a ciência, ou ainda, todo o saber elaborado pelo ser humano tem sido, até hoje, uma busca de compreensão de relações entre fatos. Toda explicação ou teoria sobre fatos sempre reflete um paradigma, uma maneira de interpretar o mundo ou um modelo de realidade que se faz dominante no pensamento humano em determinada época. Por isso, teorias e explicações podem sempre ser modificadas, aperfeiçoadas, completamente reformuladas ou inteiramente descartadas dando lugar a novas explicações para os fenômenos naturais, sociais e psicológicos. A interpretação considerada absurda hoje pode vir a ser de uso corrente amanhã, isso porque, à medida que ampliamos nossos conhecimentos e nossa maneira de olhar a realidade, muda também nossa compreensão e entendimento da realidade. Nas palavras do astrônomo e pesquisador metapsíquico francês Camille Flammarion, “O espírito humano procura conhecer relações, eis tudo em que se pode atrever e o valor dos nossos conhecimentos resulta da comparação das coisas com uma unidade arbitrária tomada como base. A física do Universo, sobre a correlação das forças que incessantemente transformam a sua ação através da matéria, não poderia oferecer ela mesma um elemento fixo que pudéssemos tomar como o ponto de referência absoluta em nossas pesquisas sobre a Natureza”.
Fenômenos ou fatos ainda desconsiderados por parte dos cientistas embebidos no atual paradigma mecanicista e materialista ─ mas que ainda assim existem e são relatados, ano após ano, por uma infinidade de pessoas independentemente de tempo e lugar, cultura ou credo, classe social ou idade ─, são, contudo, objeto de atenção de uma parte importante da comunidade científica que busca, ao coletar fatos, estabelecer elementos de semelhança e atuação bem como uma maneira de interpretar tais fenômenos, ainda que estas interpretações ponham em cheque o alcance e poder de predição do paradigma dominante. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o estudo do universo atômico e da luz e dos grandes corpos celestes, no início do século XX e é o que acontece ainda com a estranha fenomenologia denominada de Poltergeist.
Um Poltergeist se caracteriza por apresentar perturbações físicas, aparentemente espontâneas, ocorridas em um ambiente. Envolve ações como o deslocamento de mobília sem uma causa visível, transporte de objetos (por vezes atravessando compartimentos fechados), aparecimento de água ou outros líquidos no piso ou móveis, sem um motivo para tal, ou, ainda mais grave, o surgimento de focos de incêndio, tudo isso, parecendo ocorrer de forma intencional e inteligente, causando uma série de consequências desagradáveis às pessoas que testemunham ou são vítimas destas ocorrências. Diferencia-se das “Assombrações” por envolver uma associação com presença de pessoas nos locais dos eventos, mas do que com casas, imóveis ou áreas determinadas, próprias das “Assombrações” e por envolverem mais efeitos físicos que subjetivos, como é o caso de aparições.
O estudo criterioso e comparativo desta fenomenologia, junto com a discussão das controvertidas explicações dadas a ela por cientistas atrelados filosoficamente a diferentes escolas, desde a materialista às mais idealistas e espiritualistas, é o foco do presente livro, escrito por dois professores e pesquisadores universitários. Conheça o estranho, mas fascinante, mundo dos Poltergeists e tire você também suas próprias conclusões sobre este perturbador e raro fenômeno.
O livro que trata desse instigante tema ─ Poltergeist, O dilema da Parapsicologia ─ é de autoria de Carlos Antonio Fragoso Guimarães e Carlos Alberto Tinoco e já pode ser encontrado nas livrarias ou diretamente na Editora do Conhecimento: http://edconhecimento.com.br/?livros=poltergeist