A reencarnação é um dos mais importantes princípios do espiritismo. Desde a fundação da Doutrina Espírita em 1857, com o lançamento do Livro dos Espíritos por Allan Kardec, esse preceito tem sido objeto de estudos e pesquisas diversas no mundo, confirmando a existência de uma consciência pré-existente e sobrevivente à morte do corpo físico.
Não foi Allan Kardec o criador da reencarnação, tampouco aceitou este princípio como uma simples crença religiosa, apesar de seus vestígios históricos se perderem nas noites dos tempos, em diversas culturas. Em Allan Kardec e, portanto, no Espiritismo, a reencarnação significa o retorno da Alma ou Espírito à vida humana em outro corpo biológico.
Muitos se perguntam, é verdade, como faz o Espiritismo para provar a evidência do retorno à vida corporal, de uma pessoa que já morreu. Uma das formas de identificação se dá pelo relato de comunicações espirituais através de um meio (médium), que possibilite o contato entre os dois mundos: o dos vivos e o dos “mortos”. Allan kardec não desenvolveu nenhuma técnica específica para descobrir os sinais do retorno da Alma à vida física, mas utilizou-se de estudos filosóficos e pesquisas experimentais mediúnicas, para incorporar este princípio como base fundamental do Espiritismo.
Atualmente, o termo “vidas passadas” representa a massificação da idéia da reencarnação, pelo menos no ocidente, haja visto que parte significativa da cultura oriental já possui forte crença no retorno da alma à vida física, sendo um aspecto mais naturalmente aceito e incorporado na sociedade.
No que se refere, ainda, aos meios de obtenção de provas da reencarnação, ligadas à Doutrina Espírita, somos pouco criteriosos neste aspecto. Mas porque? Não temos conhecimentos para investigarmos casos que sugerem reencarnação? Claro que temos valiosos conhecimentos sobre o assunto, inclusive a própria Doutrina Espírita é fonte importante de estudo da reencarnação. O que parece nos faltar, na verdade, é uma certa habilidade científica e vontade investigativa na busca de respostas com validação de uma comunidade séria de pesquisadores.
Enquanto Espírita, na atualidade, parece que subestimamos o valoroso legado de pesquisadores do passado em não continuarmos as pesquisas dos fenômenos psíquicos, incluindo a evidência da reencarnação como uma das portas de acesso ao mundo extra-físico. Notadamente, pesquisadores não espíritas e alguns poucos espíritas, se lançam nesta árdua missão de explorar o universo invisível sob a batuta da metodologia científica. Mesmo tendo pessoas que se desafiam nesta área de pesquisa transpessoal, laborando com muito investimento e pouco reconhecimento da coletividade, precisamos desenvolver no meio espírita, uma cultural de exploração e investigação de tudo o que se denomina sob o nome Psi.