Parece que a capacidade de indignação do homem moderno restringe-se ao grau de sensacionalismo propagado pelos meios de comunicação. Pior, esse lucro abominável, produzido a partir da exploração das desgraças alheias, fomenta em uma massa de indivíduos, um sentimento de pseudo-indignação, que faz com que estes mesmos indivíduos, sintam-se com autoridade para julgar as atitudes do(s) outro(s).
O último “boom” da mídia Brasileira, o caso Isabella, é um exemplo disto. Nos lares, nas ruas, nos ambientes de trabalho, em listas de discussões na internet, nos templos religiosos, em todos os lugares, além da TV, este assunto está sendo comentado, e não é raro encontrar afirmações do tipo: “O que a justiça está esperando para prender estes criminosos?”, “Aqui no Brasil tem um monte de leis que protegem esses assassinos”.
Façamos uma reflexão acerca de nossas posturas sociais. É lícito emitirmos as nossas opiniões acerca dos fatos cotidianos? Sim. Mas façamos isso de forma responsável, livre de idéias preconcebidas, para não cometermos nenhum tipo de injustiça.
Observamos pessoas, “indignadas”, esbravejando para TV, ou para a folha de Jornal, todo seu sentimento contra a criminalidade, a injustiça social, etc. Mas pouco, para não dizer nada, fazendo para mudar a realidade na qual se encontram.
Indignação exige uma postura ativa. Indignar-se contra o crime, é criar meios para diminuí-lo. Indignar-se contra as injustiças, é criar meios para diminuí-las. Indignar-se contra a violência, é criar meios para cultivar a Paz.
Mudando a nossa postura, quase sempre passiva, perante a realidade, poderemos vislumbrar em algum futuro, um mundo mais alteritário, mais fraterno e menos violento.