Parece que tudo aquilo que nos toca de maneira pessoal, única e intransferível, ganha um colorido especial. Falo isto, pelo fato de está vivenciando experiências transcendentes e espirituais mediúnicas, que sempre pude constatar como uma realidade viva e atuante nas outras pessoas, mas bem acanhada quando se referia as minhas possibilidades de contato com os seres extra-corpóreos, ou seja, os espíritos desencarnados.
Tenho tido a necessidade de comunicar estes eventos “particulares” ás pessoas amigas e próximas, pois agora me sinto mais encorajado a me lançar no caminho das descobertas paranormais e medianímicas.
Nos últimos messes, tenho passado por mudanças de várias ordens: econômicas, sociais, psicológicas, espirituais, etc. No turbilhão destas transformações estive e estou vivenciando fenômenos que me levam a arriscar, no melhor sentido desta palavra que entendo ser uma espécie de desafio pessoal e transpessoal. Assim, vivendo fatos e fenômenos da ordem subjetiva, mas com traços marcantes de serem comunicações mediúnicas, de estabelecimento de contato com espíritos desencarnados, tenho algumas experiência para registrar e expressar, confirmando e assegurando a mim mesmo que, querendo ou não, aceitando ou não, os espíritos existem, se comunicam conosco e fazem parte da nossa vida cotidiana, mais do que supomos fazer.
Relatarei uma experiência vivenciada recentemente. Estando eu no meu local de trabalho e na companhia de alguns colegas, uma pessoa que está passando por várias dificuldades em sua vida, me chamou para realizarmos uma leitura do Evangelho Segundo O Espiritismo, numa sala reservada deste estabelecimento.
sta pessoa, de grandes qualidades, também é médium, o que já nos possibilita uma maior abertura para discutirmos essas questões ditas transpessoais de maneira mais clara e sem os preconceitos habituais daqueles que desconhecem o assunto. Eu e mais duas pessoas fomos a uma sala sem movimentação, fechamos a porta e começamos a leitura do Evangelho Segundo O Espiritismo.Uma das pessoas que estava um pouco inquieta, meio que angustiada, passando a mão no rosto, na cabeça, nas pernas, etc., perguntou-me baixinho se eu recebia, mas eu fiz de conta que não havia entendido e disse para prestarmos atenção na leitura que estava sendo feita por uma colega. Ele aceitou minha direção e fechou os olhos para ouvir mais concentrado a leitura. Já sentindo o envolvimento espiritual, coloquei-me numa postura mental de maior concentração e comecei a receber algumas sugestões espirituais para aplicar um passa magnético nas duas pessoas presente na sala. Enquanto a colega lia uma passagem do Evangelho eu aplicava um passe no colega que estava inquieto. Senti que este colega estava um pouco “carregado”, ou seja, estava sob influências espirituais não desejáveis, não agradáveis. Senti que havia vários espíritos querendo se comunicar através dele. A ideação que fiz foi como se ele estivesse arrodeado por pessoas que lhe tiravam o sossego e lhe asfixiava com energias desagradáveis. Após a aplicação do passe, sentei e ainda envolvido por energias espirituais, esperei o momento para aplicar o passe na colega que lia o Evangelho. A colega terminou, realizamos alguns comentários e ficamos todos em silêncio, numa espécie de concentração para a prece, neste momento a colega “recebe” pelo menos uns três espíritos, dos que estavam presentes no ambiente. O primeiro, com características mais oriental, com gestos e expressões mais neste sentido, deveria ser um espírito guia, mentor da colega médium. O outro espírito o de uma mulher já de idade, que depois ela (a colega médium) relatou ser uma Vovó que lhe acompanha e que é bem marcante sua presença espiritual. Mas um terceiro espírito também estava junto à colega. Quando “decidi” aplicar o passe magnético, senti-me envolvido por energias mais intensas do que antes e deixei que as minhas mãos estendidas seguissem o movimento natural de energização e percebi que estava dando um passe, não apenas na médium, mas num espírito desencarnado que estava com a médium. Este espírito era o de uma mulher, relativamente alta, com cabelos pretos e estava usando uma roupa preta, não toda preta, mas alguma peça de roupa preta. Terminei o passe e fomos caminhando para a finalização da reunião. Conversávamos algumas coisas, estávamos todos emocionados e envolvidos por boas energias espirituais. Quando, num dado momento, senti chegar no ambiente um espírito, que estava vestido todo de marrom. Não comuniquei aos colegas o que estava sentindo. Este espírito pareceria me induzir a cantar uma música, que era a oração de São Francisco, que também não cantei. Falei algumas coisas ao colega que estava inquieto anteriormente, como o fato de ele ser médium e precisar se cuidar com relação às questões espirituais, etc., e daí senti a necessidade mais forte de comunicar minhas percepções não reveladas. Quando relato o que senti em relação a presença de um espírito vestido de marrom que me sugeria cantar uma música, travei o seguinte diálogo com o colega:
- Disse eu – este espírito parece ser um espírito de um frade, padre frei, alguma coisa neste sentido. N. . . Você tem algum guia espiritual que é frei?
- Ele olhou meio que sorrindo e disse: Não!
- É porque tenho a impressão de que este espírito está ligado a você – disse eu.
- Bem. . . – disse N... – deve ser sete flecha.
- Sete flecha?- Perguntei – quem é sete flecha?
- Sete flecha é considerado a encarnação de São Francisco de Assis na tribo indígena – disse N... – é que eu já fui no vale do amanhecer, lá em Bayeux, e esse espírito trabalha lá.
- Disse eu com ar meio irônico- Ah bichinho. . . quer dizer que você já freqüentou o vale do amanhecer, né! Fica fazendo de conta que não sabe nada, mas ta por dentro das coisas, né!
- Disse N. . . – e tem mais, o pessoal que trabalha lá, fica vestido todo de marrom.
Para mim foi o suficiente para dizer:
- Então meu amigo este espírito veio por que tem uma ligação com você e queria que eu cantasse, aliás, que nós cantássemos a oração de São Francisco. E você ainda queria que eu recebesse os teus espíritos?
- Disse ele – é que eu queria testar pra ver se era espiritual mesmo ou não.
- Disse eu – os espíritos não gostam muito de ser testados não! Mas você precisa se cuidar. Porque você está feito um João bôbo, os espíritos fazem o que quer com você e você não estar nem percebendo. Se ligue meu irmão!
- ele disse – acho que é mesmo.
Bem gente, este e outros fatos que tem ocorrido comigo, nesta mesma proporção, me indica a procurar cuidar de desenvolver aquilo que já foi iniciado e interrompido a um bom tempo atrás.