A ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa tem colaborado freqüentemente com textos e notícias para o Jornal “O Pensador”, editado pelo “teimoso” Jornalista Carlos Barros. “Teimoso”, porque apesar das adversidades e inúmeros obstáculos, continua fazendo um jornalismo sério e isento, mas sempre com uma boa pitada de bom humor.

O Pensador é um periódico espírita que está dando o que falar dentro e fora do movimento espírita; na Paraíba e muitos outros estados; no Brasil e no mundo. Vem se mantendo pela iniciativa corajosa de um homem só e o auxílio acanhado de poucos outros. A linha editorial se caracteriza principalmente pela liberdade de expressão, aberta a diferentes formas de pensamento.

Em diversas oportunidades li e ouvi o Carlos se referir ao “O Pensador” como “tablóide nanico” e eu, na contramão, faço questão de dizer “Jornal”, assim mesmo com letra maiúscula e sem adjetivação, ainda que a expressão “tablóide” só esteja se referindo ao formato.

“Nanico” não é, necessariamente, pejorativo, pois pode estar apenas se referindo ao tamanho. Mas “tablóide nanico” dá uma idéia de insignificância que ele não tem e o seu criador sabe disso apesar do tratamento bem humorado e humilde que dá à sua criatura.

Ao ouvir ou ler a expressão, me vem logo à mente períodos da minha infância em que conheci o Nanico, um garnisé atrevido e valente que encarava qualquer galo de qualquer tamanho. Quando rodopiava e arrastava a asa, nem raposa chegava perto... Ficavam todos (galos, galinhas, marrecos, patos e outros bichos) apenas observando de longe enquanto Nanico marcava sua área. Era divertido ver um animalzinho tão pequeno impressionar tantos em tão pouco tempo apenas com atitudes firmes e decididas.

Assim, já não faço restrição à expressão utilizada pelo Carlos desde que tenhamos em mente o garnisé Nanico. Não por ser briguento e de mau humor, mas por não se deixar intimidar pelo tamanho ou pelo poder dos outros.

O Espiritismo e a sociedade de forma geral precisam exatamente de lideranças que estimulem o livre-pensamento, de forma que as pessoas tenham acesso às idéias antagônicas para poderem desenvolver opinião própria. A análise da realidade educacional tem demonstrado a necessidade da Filosofia nas escolas, para desenvolver nos alunos o senso crítico.

O exercício do pensamento é inerente ao ser. A ação “pensar” é atributo de todos, mas a ação livre-pensar é somente para aqueles que não estão sujeitos a imposições externas, que direcionam seu rumo, à revelia da própria razão.

O Pensador não é um simples veículo do pensar. É do livre-pensar.

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